quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Entrevista a Ricardo Porém


Publicamos hoje a nossa segunda entrevista, no seguimento do 2º aniversário do MaisTT. Ricardo Porém foi o nosso segundo entrevistado, ele que é uma das maiores promessas do TT Nacional.

Ricardo Porém é jovem piloto leiriense de 21 anos, que participou este ano pela primeira vez no CPTT, onde tem realizado excelentes prestações que lhe garantem para já a liderança do campeonato, no Agrupamento T2. O jovem estreou-se em 2008, na Baja Portalegre 500, ao volante de um UMM e em 2009 realizou mais duas provas com o mesmo carro, o Rali TT Terras da Raia e a Baja Portalegre 500, onde venceu a Promoção A. Nesta época de 2010 o piloto apostou numa Nissan Navara para disputar o campeonato de T2 onde, acompanhado pelo seu irmão Manuel Porém, obteve já duas vitórias, um segundo lugar e uma terceira posição. Assim Ricardo Porém lidera o agrupamento, precisando apenas de 13 pontos para garantir o seu primeiro título. Para além disso segue na 5ª posição do campeonato ex-aequo com o quarto classificado.

As prestações do piloto têm saltado à vista de todos e por isso é considerado uma grande promessa da modalidade.

O piloto respondeu então à nossas questões:

Começaste no Todo-o-Terreno em 2008, na Baja Portalegre, ao volante de um UMM. Como começaste e o que te levou a iniciares-te nesta modalidade?

Desde pequeno que sempre acompanhei o meu pai nas corridas e esse foi o grande motivo para me ter iniciado no Todo-Terreno, ele que sempre foi um adepto/practicante incodicional do desporto motorizado. Foi ele que me proporcionou e arranjou maneira de eu poder fazer a minha primeira competição no Todo-Terreno, a Baja Portalegre em 2008, onde 20 anos antes tinha ele feito também a sua estreia na modalidade.

Este ano estás a fazer a tua primeira época a tempo inteiro, com uma Nissan Navara T2, onde tens alcançado excelentes resultados. Achas que o facto de teres começado com um UMM contribuiu para estares agora a alcançar estes desempenhos?

Sem dúvida que ajudou, o UMM é uma grande “escola”. O facto de ter começado com um carro muito desactualizado fez com que desse agora valor a um carro mais recente, ainda que desactualizado ao nível do agrupamento T2.

Habitualmente és acompanhado pelo teu irmão mais novo, o Manuel Porém. Tens cuidados redobrados por o teres a teu lado?

Tento não pensar muito nisso, para corrermos e sermos competitivos não podemos pensar que as coisas podem correr mal. Tenho um enorme orgulho em poder ter o meu irmão a meu lado que tem desempenhado o seu papel de uma forma magnífica e espero que nada que nos possa magoar aconteça.

É a tua primeira época no T2 e estás perto que alcançar também o teu primeiro título, tu que és o mais jovem piloto a participar no CPTT. O que é que este feito significa para ti?

Tem um grande significa para mim, mas só me quero mentalizar e viver esse momento quando resolver completamente as contas do campeonato. É o resultado de muito esforço e dedicação de todas as pessoas envolvidas no projecto, pois sem todas elas nada disto seria possível.

Necessitas de poucos pontos para seres campeão. Como vais encarar as duas últimas provas do campeonato?

Vou encarar as duas últimas provas do campeonato com tranquilidade. Quero assegurar que conquisto os pontos necessários para a conquista do título nacional.

Estás também num excelente 5º lugar à geral do campeonato (com igualdade pontual face ao 4º classificado) e o teu irmão, Manuel, está na 4ª posição entre os segundos condutores, com os mesmo pontos que o 2º classificado. Vais tentar segurar ou melhorar estes resultados à geral, ou estás apenas concentrado no T2?

Em primeiro lugar está sem dúvida o título no agrupamento T2, foi desde início o nosso objectivo. Claro que gostaria de ficar na melhor classificação possível no Campeonato Absoluto, mas só poderei pensar nisso quando tiver o título do T2 assegurado.

Este ano tem sido quase perfeito para ti e para a tua equipa. Pensas, no próximo ano, dar um salto em termos de carro ou pretendes manter-te no Agrupamento T2? Quais são os planos?

Como todos sabemos, o momento que atravessamos não é o mais famoso e sem patrocínios não é possível correr. Tenho a esperança que com os resultados obtidos esta época seja “mais fácil” conseguir apoios e só com a reunião dos mesmos é que podemos pensar num projecto para a época de 2011.

Qual é o teu sonho como piloto de Todo-o-Terreno e que carro gostarias de conduzir?

Sem dúvida que o sonho de qualquer piloto de Todo-o-Terreno é fazer o Dakar, e eu não sou diferente, pois é um sonho que tenho desde pequeno e espero um dia poder realizá-lo. Quanto ao carro que gostaria de conduzir, sem dúvida que seria um BMW X3 CC.

Já disputaste quase todas as provas do nosso campeonato. Qual a que te dá mais prazer fazer?

A Baja de Portalegre. Foi onde fiz a minha estreia e é sem duvida um marco emblemático no Todo-Tereno Nacional e Internacional.

O Todo-o-Terreno nacional continua em decadência e a anulação da 6ª prova do campeonato mostra bem a situação que se vive. O que achas que está mal e deveria ser feito?

Sendo a minha primeira época completa e a minha experiência ainda bastante reduzida e não tenho uma opinião muito bem formada sobre o assunto. Apesar de tudo é óbvio que devido à conjuntura económica que atravessamos, quanto mais os custos forem reduzidos melhor será para a modalidade.

Por fim, gostaríamos que nos contasses uma história engraçada/caricata que tenhas vivido no Todo-o-Terreno.

Apesar de uma curtíssima carreira, tenho algumas engraçadas, mas destaco sem duvida uma. Na primeira prova que fiz com o meu irmão, 23ª BAJA PORTALEGRE ULTIMATE 500, estávamos a poucos minutos de iniciar a Super Especial quando o Manuel me dise que não tinha a balaclava. A situação lá se resolveu com uma emprestada por outro piloto, mas a partir desse dia anda sempre uma balaclava a mais dentro do carro.

Quero ainda desejar as maiores felicidades para o MaisTT e uma vez mais, os meus Parabéns pelo excelente trabalho que têm feito durante estes dois anos de actividade.

O MaisTT deseja ao Ricardo Porém as maiores felicidades para a sua carreira. Um abraço do Luís Marques e Manuel Cordeiro.

Por Luís Marques e Manuel Cordeiro | MaisTT