terça-feira, 15 de setembro de 2009

Entrevista a Pedro Grancha



Encerramos hoje a nossa série de entrevistas, com umas perguntas a mais um campeão nacional. Pedro Grancha começou de mota no enduro e só em 2001 passou para as 4 rodas, para mais tarde, em 2006, se tornar campeão nacional de TT e em 2008 ser campeão Ibérico de T1.


O piloto de Cascais actualmente tripula uma Nissan Navara Off-Road, foi 3º classificado no último campeonato e este ano fez apenas algumas provas com destaque para o 3º lugar alcançado na última prova em Beja.


Há alguns anos que te vemos correr no Campeonato nacional de TT. Há quanto tempo andas no TT? E o que te fez experimentar?

Competi durante mais de 10 anos em motos em enduro e todo o terreno e em 2001 a vida profissional já não permitia os treinos e a forma física necessárias para poder continuar a competir resolvi experimentar o TT automóvel.


Em 2006 sagraste-te campeão nacional de TT e em 2008 foste campeão Ibérico de T1. Achas que é possível que estes cenários se voltem a repetir?

O actual cenário no TT nacional não me permite sonhar muito alto mas acredito que com persistência e dedicação os resultados sempre aparecem.


Este ano não fizeste todas as provas do CPTT, mas ainda conseguiste um excelente 3º lugar nos Montes Alentejanos. Esperas fazer mais provas ainda este ano?

Provavelmente irei falhar o Rally de Castelo Branco mas certamente estarei em Portalegre.


Os BMW são praticamente imbatíveis no CPTT. Quais são, para ti, os pontos fracos da Navara Off-Road em relação aos X3 preparados pela X-Raid?

A Navara Off-Road é um bom carro de TT mas feito para longas provas tipo Rally Raid. O sistema de suspensão e diferenciais e principalmente o motor a gasolina creio ser o seu ponto mais fraco relativamente aos BMW que são carros muito bons e evoluídos pois contam com o desenvolvimento de uma equipa de fábrica. Os meios e os recursos de que dispõem permitem que estejam sempre a evoluir o que vai deixando para trás os carros do tipo da Navara.


Qual é o Balanço que fazes da tua carreira no Todo-o-Terreno?

Estou satisfeito com a minha carreira no TT pois tenho conseguido bons resultados mesmo não tendo os mesmos meios doutras equipas e não dispondo dos melhores carros.


Das provas portu
guesas, qual é aquela que te dá mais gozo participar? Porquê?

Sem dúvida que é Portalegre. A festa do TT nacional, o nº de participantes, o envolvimento do público e as pistas sinuosas e rápidas do Alto Alentejo, e bem molhadas na época em que se realiza a prova, são os principais factores da minha escolha.


Em 2006 fizeste o Dakar e em 2008 também irias participar, não fosse o cancelamento do rali. Esperas poder voltar ao Dakar? Para quando esse objectivo?

Espero que a economia do pais melhore para que possamos novamente voltar a encontrar patrocínios que nos permitam participar numa próxima edição. Por mim estou pronto!


O que pensas do “novo” Dakar na América do Sul?

Acho que é uma prova fantástica pelos locais que percorre e pela competição que encerra. Quanto a mim só não deveria chamar-se Dakar pois o verdadeiro Dakar é em África.


Começamo-nos a aproximar do final do ano. Quais são os planos competitivos para 2010?

Neste momento são uma incógnita!


Tens ainda algum sonho por cumprir no Todo-o-Terreno?

Tenho ainda muitos sonhos por cumprir! Um Dakar … no top ten!; Participar em todas as provas da taça do mundo……e outros…


Quais consideras serem as medidas mais correctas para combater a crise económica que o Todo-o-Terreno atravessa?

A crise no TT é consequência da crise económica nacional e internacional mas não só! Os altos custos de participação, os custos das inscrições, a falta de divulgação ao grande público, o número exagerado de provas do calendário são os pontos a rever para se conseguir sobreviver á crise. Por outro lado é necessário incentivar os troféus mono marca bem como trazer para as corridas muitos carros de TT que estão parados para que tenhamos provas com mais participantes, caso contrário vamos assistir ao definhamento da modalidade.


Tens alguma história caricata nas corridas que nos queiras contar?

Lembro-me por exemplo dum episódio passado no deserto da Tunísia onde ficámos atascados nas dunas com um turbo partido no Mitsubishi Pajero. Tivemos que aguardar que a caravana passasse e depois vieram os locais (habitantes do deserto) e lá negociámos um valor para um reboque com um camião que eles tinham. O mais engraçado foi quando lhe estava a pagar, junto ao carro no meio dum mar de dunas, e ele me pergunta se quero factura e puxa do livro de facturas e começa a passar a factura!

MaisTT - Luís Marques e Manuel Cordeiro