segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Entrevista a Filipe Palmeiro


Após 4 entrevistas, a Guerlain Chicherit, Filipe Campos, Hélder Oliveira e Orlando Terranova, o “MaisTT” continua com aquela que deverá ser a penúltima entrevista do 1º aniversário do Blogue. Terminamos assim com uma entrevista aquele que é um dos mais bem sucedidos navegadores portugueses, Filipe Palmeiro.

Filipe Palmeiro nasceu a 11 de Julho de 1977 e começou no Todo-o-Terreno em 2000, naquela altura “ao volante”. Conta no seu currículo já com algumas vitórias e títulos e hoje é navegador de Orlando Terranova na X-Raid, com quem venceu o último Rally da Tunísia. Para além de Terranova, Palmeiro já acompanhou pilotos como Francisco Esperto, Paulo Marques, Elisabete Jacinto, Pedro Gameiro, Hélder Oliveira, Ricardo Leal dos Santos e René Kuipers, com quem fez o último Dakar num BMW X3 CC. Para além da vitória na Tunísia, Palmeiro foi também 15º no Dubai, ao lado de Leal dos Santos e 2º no Transibérico, com Hélder Oliveira, resultados que lhe permitiram ser vice-campeão na Taça do Mundo, atrás de Tina Thörner.


Soubemos que começaste no Todo-o-Terreno ao volante, nas 24 Horas de Fronteira em 2000. O que te fez experimentar o Todo-o-Terreno? E qual a razão para passares para “a outra backet”?

A razão de eu ter começado no todo-o-terreno é principalmente ser de Portalegre e ter vários amigos ligados a este desporto. Comecei por dar apoio, assistência á familia Esperto com quem fiz as 24h de Fronteira, passando no ano seguinte para a backet do lado após o convite do Francisco para fazer a Copa Jimny.


Já tens várias vitórias e alguns títulos como co-piloto. Qual a vitória da qual te recordas sempre e da qual te mais orgulhas? Porquê?

Sem dúvida a recente vitória no Rally da Tunísia é a aquela de que mais me orgulho, por ser um dos maiores rallys do mundo e também o vice-campeonato mundial em que fiz as 3 provas com 3 pilotos diferentes: Dubai - Ricardo leal dos Santos 15º; Tunisia-Orlando Terranova 1º; Transiberico-Helder Oliveira 2º


Já andaste em vários automóveis. Existe algum que se compare com as performances do BMW X3 CC? O que faz dele um carro tão competitivo?

É sem dúvida o carro mais competitivo que já corri, as principais características para mim são a fiabilidade, o motor e a suspensão.


No início da tua carreira andaste durante alguns anos em troféus mono marca. Qual a tua opinião em relação a estes troféus? Achas que a criação de um novo troféu poderia dar mais animação ao CPTT?

Com toda a certeza. Um Troféu mono marca é vital para a boa saúde do nosso campeonato, tanto porque quando uma marca se envolve surgem investimentos que ajudam a divulgar a modalidade, mas também pela oportunidade que dá a novos participantes de iniciarem com projectos mais económicos.


Já foste também navegador da Elisabete Jacinto no seu camião, com quem aliás fizeste o Lisboa-Dakar. Quais são as principais diferenças entre navegar num camião e num automóvel?

Para mim foi uma das fases cruciais na minha evolução como navegador de rally raid, pois ao termos mais tempo para confirmar as referências que o road-book nos vai mostrando e a visualização da pista de cima ajuda-nos na transição para os automóveis.


Já fizeste vários Ralis “Dakar”. Como vês a mudança de continente do Rally?

Bem, a Argentina e o Chile são óptimos para o todo terreno, o principal diferença em relação a África são as pistas únicas que dificulta bastante para quem vem mais atrás no pelotão, mas África é África.


Quais são os teus planos para 2010? A X-Raid e o “Dakar” fazem, tal como no ano passado, parte do projecto?


Tudo indica que sim, mas ainda nada está decidido.


Das várias provas em que já participaste, qual é a que mais gostas em Portugal e a que mais se ajusta a ti “além-fronteiras”? Porquê?

Das nacionais o Portalegre por ser a prova da minha terra mas também por conseguir em poucos quilómetros apresentar um percurso muito variado com excelentes condições e um público maravilhoso.
Das internacionais a que mais me agrada é os Sertões pelo ambiente e pelo povo Brasileiro que nos acolhe com um entusiasmo que é difícil de esquecer.


Se tivesses oportunidade gostarias de voltar às provas como piloto?


Gostava de um dia fazer um rally africano como piloto, mas de momento não sinto necessidade de mudar.


Existe algum piloto no TT que admires e com quem gostavas de fazer um “Dakar”?

O Nasser Al-Attiyah e dos portugueses o Filipe Campos.


Em 2004 acompanhaste o Dakar como fotógrafo. A Fotografia é também uma paixão?

Na altura foi a forma possível de não ficar em casa e de conseguir estar dentro do sonho, hoje em dia cada vez desperta mais curiosidade e não despeço uma máquina na mochila quando viajo.